Quem sou

Minha foto
Sou uma pessoa alegre e tranquila.Tenho percepções um tanto diferente, vejo o mundo de forma simples e descontraída!! Ficar no mesmo lugar me cansa, por conta disso, amo viajar, principalmente quando não tenho tenho hora pra voltar. Sou uma romântica assumida, apaixonada pela músicas e por meus gatos. Talvez, eu até seja um tanto instável, mas sou sincera.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O céu


Seus dias tristes eram assim, músicas doces e lugares estranhos... o mp3 era seu companheiro, e a mente vazia, vagava sozinha no horizonte, os pensamentos fluiam, solitários, desorganizados e confusos, mas o que era organizado? Afinal, acostumara-se ao caos, caos da vida urbana, da falta de sentido, do avanço que custava o progresso do próximo...Estava ali, sentada no muro de seu prédio a viajar o mais longe que conseguia, sem destino, e isso era sempre bom...
Naquela tarde, o dia estava lindo, e o som que ouvia completava aquela paisagem, seus olhos contemplavam tudo, queria gravar aquela imagem, uma pena que apenas sua mente captava tudo aquilo, na intensidade das cores, a cada nota musical do violão que ouvia, as cores do céu... era difícil dizer, se limitava em contemplar e sonhar..
-Menina! Desça desse muro!-Gritou um vizinho.- Sâo três metros, e se você cair, vai se machucar feio!! Desça!!!
E assim, sua paz acabou.

Relógio


Ela olhava ansiosamente entre o copo e o relógio.
Era domingo, um dia ensolarado e lindo, mas havia algo pesado no ar. As pessoas a sua volta falavam alto, riam, apostavam, o cheiro de fumaça vindo da churrasqueira inebriava o olfato. As crianças corriam. Um alegria só. Caixas e caixas de cerveja. Minuto a minuto chegava alguem, carregando três ou quatro garrafas estupidamente geladas, e nesse ritmo alucinado, movido a músicas típicas de churrasco, o pessoal embalava numa euforia alcolica, esquecendo por alguns minutos o seu drama particular... menos ela.
-Ei, ainda bem que você veio, já estava dizendo pro pessoal que não seria fácil te tirar de casa.- disse uma amiga, já visivelmente alcolizada.- Tem muita gente aqui, gente boa!!-disse ela rindo-se sozinha, e lá se foi, cambaleante, à procura de mais uma garrafa cheia.
-Cadê seu namorado?- Perguntou outro conhecido.
-Ahaa... ele não quis vir.- disse ela, enquanto olhava ansiosamente o celular que teimava em não registrar o número dele.
-Então menina, aproveite, esqueça.- disse, numa tentativa de melhorar as coisas- Quer cerveja?
-Não, obrigada. Meu copo ainda está cheio.- e por sinal a cerveja estava quente em seu copo, mas isso não a preocupava.
A festa acabou, o tempo acabou, e o celular permaneceu mudo...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Rotina


Seis da manhã de um dia frio, o ônibus estava no ponto e seus passageiros iam entrando vagarosamente, ainda inebriados pelo sono e o calor da cama que a pouco tinham deixado...
-Bom dia!-dizia ele, a todos que entravam, nem sempre era respondido, mas tornou isso seu ritual, e o executava todos os dias. -Bom dia.- E o ônibus seguia, enquanto ele contava as moedas, tudo devia estar certo, quando chegasse o fim do dia. A cobrança e a tensão não lhe prejudicava o humor, as longas horas de trabalho lhe faziam feliz, lhe davam o pouco que precisava para manter sua família, e seguia assim, imperturbável, até mesmo sereno...
-Boa tarde!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Um vazio


Não havia nada de novo, apenas a sensação de vazio que lhe acompanhava nestes momentos... já havia se sentido assim uma vez, quando perdera um amigo, nunca soube bem como reagir, mas agora, não estava perdendo ninguém, era apenas uma lembrança, um pensamento triste, uma saudade que não tinha explicação.
Uma música tocava, triste também, uma música de saudade, e a chuva caia lá fora, a sensação de solidão inundava todos os cantos... apenas a música trazia um brilho, um brilho frio, mas ainda assim belo. Seu corpo repousava sobre a cama, no escuro, ouvindo o som, suave e instigante, porém triste...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Até quando?

O mesmo assunto de sempre...
-Então por quê você me conta essas coisas, se na verdade não quer a minha opinião?
-Não é verdade- sempre era, a comunicação era difícil, por vezes impossível- Você que vive me criticando!! Não me ajuda em nada, apenas critica, critica e critica!
-Agora não te ajudo em nada.- Aquilo foi a gota d´água, se algo dentro dela controlava sua raiva, isso já não existia mais.-Ou você que é orgulhoso demais para ouvir ou não quer entender. Não é possivel! Você é sempre o certo, o perfeito! Vá em frente, diga mais alguma das suas verdades.
Ele se calou, como sempre, esperaria toda a ira dela passar... era o costume. Gostava dela, apesar de seu temperamento forte. Bastava apenas que amanhã ligasse pra ela pedindo desculpas, cheio de amor, e tudo estaria nos eixos de novo... mas até quando?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Vida


A visão era ruim... e o tumulto constante. Eram três horas da tarde, o sol ainda estava quente e o ar da cidade pesado. As pessoas andavam apressadas. O sinal fechou, a impaciência era clara nos olhares irritados, voltados quase sempre para aquela luz verde do semáforo, que nunca mudava... os carros passavam, muitos...
Enfim o sinal abril, e a massa compacta de gente enfim se moveu, deixaram de ser corpos estáticos... se moviam, numa sinfonia louca...
Buzinas, esbarrões, gritos, calor, tudo enchia de movimento aquela tela em matizes de cinza, e um corpo encolhido no canto da calçada era apenas mais um entre outros tantos, não se movia, estava inerte, apenas os cabelos brancos e seus enbaçados olhos azuis voltados para o chão mostravam o brilho de sua existência... ... com a mão estendida, esperando algo descer dos céus...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crescer


Um pequeno e frágil ser... seus olhos atentos a tudo ao seu redor, os olhos negros que não escondem a curiosidade... seu olhar vai em todas as direções...
-Que linda!! Olhe pra mim gracinha.-Diz uma senhora.
-Mais que beleza! Que fofa!!-diz outra senhora.
O sol brilha lá fora, e tudo parece novo... de novo. Seu corpo se mexe. Seus olhos se mexem de um lado a outro, procurando entender... a força lhe falta, depende apenas... e inevitavelmente, a vida a arrasta ao crescimento... a uma compreenção pequena de algo muito maior...