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Sou uma pessoa alegre e tranquila.Tenho percepções um tanto diferente, vejo o mundo de forma simples e descontraída!! Ficar no mesmo lugar me cansa, por conta disso, amo viajar, principalmente quando não tenho tenho hora pra voltar. Sou uma romântica assumida, apaixonada pela músicas e por meus gatos. Talvez, eu até seja um tanto instável, mas sou sincera.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Acontece - parte 2

Atraso... ônibus perdido, essa era a luta diária. Sua renda era baixa, e era obrigada a morar em um pequeno bairro longe do centro. Assim seguiam os dias de Marina.
O ônibus agora teimava em demorar, e o ponto do ônibus se abarrotava. As pessoas reclamavam, emburradas, embrutecidas pelo sistema falho talvez... faltava-lhes algo, o amor, por alguem, pela vida... nada disso afetava Marina, seu pensamento estava longe, viajando através da música de seu MP3, e admirando o céu, cada vez mais claro. Enfim, o veículo abarrotado parava no ponto e nesse momento seus futuros passageiros se apresentavam ainda mais irritadissos.
-Não se tem respeito mais. Por que não colocam mais ônibus. Pagamos pra andar nesta lata de sardinha.
Uma senhora, já de idade procurava um lugar para se instalar naquele ônibus entupido, não havia espaço, e ninguém se preocupou em se mover, era 7:30, todos tinham de trabalhar... e a pobre senhora seguiu viagem, do jeito que deu, em pé, espremida entre outros tantos passageiros.
Vários minutos depois, Marina se espremia entre o passageiros, para que dessa forma conseguisse descer no ponto desejado.
-Com licensa.-disse ela, esbarrando a mochila numa senhora.- Desculpa.- e assim foi até conseguir descer. Marina fazia o mesmo percurso todos os dias, passava pelas mesma ruas, até chegar a sua escola. E a rotina prosseguia, da escola ao curso de música e deste ao trabalho...
Era uma sexta feira, todos no caminho estavam felizes, enfim o descanso, menos para Marina, ela iria trabalhar a noite toda...
-Boa noite Ricardo.
-Oi Marina! Preparada para esta noite?- Disse ele, visivelmente animado- O Fernando disse que a casa hoje vai encher.
-É mesmo? Que ótimo- casa cheia pra ela era ótimo, receberia um pouco mais do que de costume. Marina seguiu para uma pequena sala que funcionava como vestiário, colocou sua mochila num canto, próximo ao armário,e trocou de roupa - Preciso estar apresentável- pensou ela, ao arrumar os longos e cacheados cabelos.
Um leve batida na porta, e em seguida entra Fernando.
-Olá querida!-disse ele- Você está linda hoje.
-Obrigada- Marina ficou um pouco sem graça.- Bem, já está na hora, vamos.- Os dois saíram do vestiário e seguiram para o palco, através de um pequeno corredor que passava próximo a cozinha, esta por sua vez já estava bem movimentada naquela hora, dentro dela os funcionários se deslocavam rapidamente de um lado para o outro, visivelmente atarefados.
-Oi moçaa!!- gritou Henrique, um senhor careca, e bastante grisalho- Bom trabalho viu!!- disse ele acenando, com um largo sorriso no rosto.
-Obrigada!
(...)
A apresentação dessa noite havia cansado bastante Marina, o salão lotou, e os clientes pediam muitas músicas, mesmo depois do repertório inicial ter-se esgotado... aquilo fazia parte de seu trabalho, fora que contribuía para as gorjetas e a receita da casa... enfim, o show terminou, no salão não havia mais ninguém, quase todas as luzes estavam apagadas,e Marina recolhia seu material de trabalho, quando ouviu o barulho de uma cadeira sendo arrastada no centro do salão... um homem, vinha andando lentamente em sua direção.
- A apresentação já acabou, o que o senhor faz aqui dentro?-Disse ela.
O homem deu alguns passos em direção ao palco, e disse: - vi você uma vez, na rua... infelizmente não pude falar contigo, eu estava com pressa- Ele deu mais alguns passos, indo em direção a luz, sua aparência era bem mais jovem, tinha seus 20 anos talvez.
-Não conheço você...- ela agora olhava atentamente para o rapaz que estava a sua frente, algo lhe parecia ligeiramente familiar, mas não se recordava de onde vinha essa semelhança.
-Imagino que não se lembre... - disse ele rindo.

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