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Sou uma pessoa alegre e tranquila.Tenho percepções um tanto diferente, vejo o mundo de forma simples e descontraída!! Ficar no mesmo lugar me cansa, por conta disso, amo viajar, principalmente quando não tenho tenho hora pra voltar. Sou uma romântica assumida, apaixonada pela músicas e por meus gatos. Talvez, eu até seja um tanto instável, mas sou sincera.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A escolha (parte 1)


Muitos anos se passaram... toca o telefone, sem muita vontade ela levanta da cama e atende:
-Alô...-Eram dez horas da noite, lembrou-se que o dia seguinte seria cheio, tinha muitos pedidos pra atender.
-Ana?
-Sim, sou eu, mas quem é?-Não tinha a menor idéia de que fosse, embora sua voz lhe parecesse familiar.
-É o Marcelo, lembra-se?
Marcelo, a muitos anos que não ouvia falar dele, tinham sido namorados, mas ele havia desaparecido depois do término.
-Oiii, quanto tempo! Tudo bem com você?- Ela olhou o relógio, aqueles minutos perdidos no telefone lhe custariam caro amanhã, sabia disso.
-Estou bem e você? Realmente, faz muito tempo que não te vejo, por coincidência encontrei um amigo nosso daquela época, o Beto, você se lembra dele ?
-Hã, claro!! Ele trabalha quase em frente ao meu atêlie.
-Então, perguntei sobre você e ele me deu seu telefone.- ela estava muda do outro lado, porque o Beto tinha feito isso, ele sabia de toda a história, enxugara suas lágrimas diversas vezes por causa do Marcelo.- Então, você é artista agora?
-É, descobri que tenho vocação para isso, tenho me dado bem por enquanto.
-O Beto me disse que você faz cada coisa maravilhosa, me deu até curiosidade.
-Hum, exagero do Beto, sabe, ele sempre foi exagerado e você sabe disso.- Ela desejava desligar o telefone mas algo tornava aquilo impossivel.
-Posso te visitar?- o choque!! era o que ela temia,o que iria responder.- Posso?
-Ok... você tem o endereço?- sua voz quase desapareceu entre essas palavras.
-Tenho sim, amanhã então! Beijos querida!-O click do telefone decidira tudo,e ela ainda olhava para algum ponto da sala escura, tentando entender.Quando eram jovens, eles namoraram, ela era apaixonada nele, mas de repente, tudo acabou e ele simplismente desapareceu, e ao longo desses dez anos que se passaram, poucas notícias sobre ele apareciam ocasionalmente. Ele era um membro importante da polícia na capital, teve um relacionamento sério, entre outras pequenas notícias.
A vida para Ana não tinha sido fácil, casara-se, separou-se depois de três anos, talvez por ser uma relação de conveniência, ou por mera carência. Não tinha filhos, morava sozinha num pequeno e confortável apartamento no mesmo prédio onde estava sua loja,no centro de sua cidade natal. Ela era bonita, morena, magra, mas depois de sua separação, não se envolvera com mais ninguém, apesar da insistência das amigas em "ajudá-la". Sua vida se limitava a cuidar das coisas que mais lhe proporcionavam prazer, algumas noites no cinema ou no teatro, suas obras de arte, e seus queridos peixes.
Seis da manhã. O despertador toca. Ana se levanta, pega as roupas penduradas numa cadeira e se dirige ao ritual cotidiano, toma um banho, toma seu chá de hortelã e come alguns biscoitos, desce para a loja.
Sete da manhã, há poucas pessoas na rua a essa hora, ela desce pelo elevador, sai pelo saguão do prédio e vira a esquina, pouco depois já está em frente a loja.
-Bom dia Dona Ana.
-Bom dia Erick, tudo bem contigo?
-Sim senhora, graças ao bom Deus.- Erick era um senhor, com seus sessenta e poucos anos, e devido as dificuldades que a vida lhe impos, ainda trabalhava. Seu bom humor era notável, e sempre cumprimentava a todos que por ele passasse enquanto fazia a limpeza diaria da calçada daquele prédio.
-Bom trabalho para o Senhor.- disse Ana, enquanto abria a porta do ateliê e logo em seguida a fechava.
-Pra senhora também- disse ele, enquanto seguia seu caminho varrendo a rua.
Ana entrou pela pequena sala, subiu as escadas onde davam para uma pequena cozinha. Pôs a chaleira para funcionar, e enquanto a água esquentava, seguiu para uma pequena sala logo a frente. Ao entrar, numa mesa próxima a porta, havia um pacote ainda fechado, e um pequeno envelope anexado:-São os pedidos...é melhor começar logo.- eles tinham de ser entregues ainda essa semana. Eram muitos, teria de trabalhar duro pra dar conta de tudo. - Talvez eu deva contratar alguem para me ajudar- mas logo desistiu da idéia, sabia que aquilo não dava certo, já tentara uma vez, e o que conseguiu foi apenas desperdício de dinheiro e amolação. A pequena chaleira começou a apitar, Ana preparou o chá, e voltou para a pequena sala, sentou-se próxima a uma grande mesa de madeira, puxou para perto de si um pequeno móvel cheio de gavetas, dali tirou diversos instrumentos, os colocou sobre a mesa e com uma pequena tesoura cortou a embalagem do pacote e se pôs a trabalhar. Ainda eram 7:30.
A manhã daquele dia seguia tranquila, a mesma rotina, o mesmo horário. E então a campainha tocou. Ana olhou atentamente o relógio na parede, era cedo ainda para algum cliente aparecer. Fechou os olhos e rezou para que não fosse nenhum curioso ou algo assim.Desceu as escadas, e apesar da iluminação interna, não deu pra reconhecer o ansioso visitante. A campainha voltou a tocar. Ana apressou o passo, e ao chegar proximo a porta de vidro, lá estava Marcelo...

4 comentários:

  1. Obrigado pelos elogios Thyanna! Que bom que você se identificou com as situações, isso demonstra experiência - que não tem tanto a ver com idade...

    Acabei passando por aqui, retribuindo a visita... e gostei (acredite, eu não diria isso se realmente não tivesse gostado), gostei MESMO! ^^

    Pense numa criatura curiosa pra saber sobre a Ana!!! Vai ter continuação, né? rsrs

    Eu vou voltar aqui, viu? hehehe
    Bjão!

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  2. Drogaaa! parou bem no ápice! =\ hahahaha!
    espero ansioso pela segunda parte! =)

    gostei mtoooo desse texto, é no meu estilo preferido: rico em detalhes =D

    bjaoo! boa semana pra vc!

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  3. Thyanna, eu acidentalmente deletei um coment teu, sorry, foi culpa da minha inexperiência de moderar coments... E vou continuar vindo aqui! Tô esperando o post... ^^

    Bjão!

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  4. Bem no apogeu da história você termina o post. Tá parecendo novela! hahahahaa
    Até o momento estou gostando, estou esperando o final!

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